Vivemos um momento em que a sociedade precisa de uma mudança
de paradigma na resolução de conflitos, saindo da cultura da violência para a
cultura da paz.
Importante ressaltar que o conceito de paz não significa a ausência de
conflitos, que são inerentes aos seres humanos, mas sim a forma que será
utilizada em sua resolução.
As pessoas com dificuldades para solucionar seus conflitos passaram,
principalmente após a Constituição de 1988 a acessar o Judiciário transferindo
para o mesmo o poder de dizer qual a solução legal para o conflito que lhe é
trazido. Deste modo, os processos desde então abarrotam o Judiciário.
Em consequência a legislação passou também a incentivar outras
formas de resoluções de conflitos através, por exemplo, do objetivo 16 da
Agenda 2030 para desenvolver o presente trabalho que coloca a cultura da paz
através da educação como um dos objetivos para o desenvolvimento humano e
dentre as metas capacitar e educar nas esferas da prevenção dos conflitos e
gestão de crises para resolução pacífica das controvérsias e da legislação
brasileira em 2015 que corroborando com a implementação da cultura da paz
passou a determinar o Código de Processo Civil Brasileiro (CPC) que o Estado
deve sempre que possível, mesmo após iniciado o processo judicial e a qualquer
tempo, promover a solução pacífica dos conflitos através da conciliação ou
mediação com o incentivo de juízes, advogados, defensores públicos e membros
do Ministério Público.
Neste cenário o Estado na tentativa de atingir a pacificação social
através das leis não consegue atingir o âmbito dos aspectos emocionais, o que
nos permite concluir que em muitos casos os conflitos vão permanecer nas
relações cotidianas e podem ser reincidentes no Judiciário.
O tema acima foi meu tema de dissertação de mestrado que analisei
juntamente com a teoria do desenvolvimento moral de Piaget e que me permitiu
através das pesquisas em 2016 conhecer as Constelações Familiares e
transformar meu lugar como advogada.
Ora, o cliente confia no advogado para que este o elucide sobre os seus
direitos e sobre as possibilidades durante o processo, bem como quando surge
a possibilidade de que as partes cheguem a um consenso e nesta relação entre
clientes e advogados e entre advogados muitas vezes me emaranhava, sem
consciência e entrava mais uma vez no campo do embate de um lugar que não
era o meu.
Pensar sistemicamente e adquirir a postura sistêmica é um exercício
diário desde então, mas estar no meu lugar tornou a advocacia mais leve e
confortável. Do meu lugar eu consigo ver o cliente e entender o conflito da
perspectiva do cliente e também auxiliá-lo, na medida que posso e que me é
solicitado, a ver seu conflito de outra perspectiva e ser protagonista na resolução
do mesmo.
Neste caminho tenho levado em meu coração a frase de Bert Hellinger:
“Muitas vezes a boa solução é difícil, pois nos faz perder a importância.”
REFERÊNCIAS:
CARVALHO, Bianca Pizzatto. CONSTELAÇÕES FAMILIARES NA
ADVOCACIA SISTÊMICA: UMA PRÁTICA HUMANIZADA. Joinville:
Manuscritos, 2018.
HELLINGER, Bert. LIBERADOS SOMOS CONCLUÍDOS: Textos
Tardios. Patos de Minas: Atman, 2006.
LOPES, Ellen Cristina de Oliveira de. COMPETÊNCIA MORAL DE
ESTUDANTES DE DIREITO, RESOLUÇÃO DE CONFLITOS E A CULTURA DE
PAZ. (Dissertação de mestrado não publicada).UNIFAE, 2019.
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1. O pensamento sistêmico
1.1 Esculturas familiares de Virginia Satir
1.2 Psicodrama de Levy Moreno
1.3 Ressonância Mórfica de Rupert Sheldrake
2. As leis do amor de Bert Hellinger
2.1 Lei do Pertencimento
2.2 A Lei da Hierarquia
2.3 Lei do Dar e Tomar
3. A advocacia e o Direito Sistêmico
4. As consciências de Freud e Jung
5. As constelações sistêmicas
5.1 Constelação Sistêmica Familiar e Empresarial Fenomenológica
5.2 Constelação Sistêmica Estrutural
6. Pressupostos do atendimento sistêmico
6.1 Pensamento sistêmico
6.2 Presença
6.3 Percepção sistêmica
6.4 Postura sistêmica
6.5 Linguagem sistêmica: frases e perguntas
6.5.1 Frases e perguntas vazias
6.5.2 Frases e perguntas pesadas
6.5.3 Frases e perguntas reveladoras
6.5.4 Frases e perguntas de solução
7. Condições do atendimento sistêmico
7.1 Local do atendimento: ambiente seguro
7.2 Ficha do cliente
7.3 Diálogo preparatório
7.4 Contrato de honorários: equilíbrio de troca
8. Recursos e intervenções
8.1 Respiração
8.2 Sentimentos
8.3 Sintomas ou Sinais
8.4 Imagem inicial do tema ou do conflito
8.5 Pergunta milagre
8.6 Perguntas por exceção
8.7 Perguntas de escala
8.8 Exercício “Bem-vindo, sintoma”
8.9 Mão cataléptica
8.10 Resolução de contexto
8.11 Frases de intervenção
8.12 Constelação dos dois mundos
8.13 Ferramenta do relógio
9. Conclusão do atendimento sistêmico
9.1 Atividades pós-atendimento
10. Formatos específicos possíveis
10.1 Constelação individual
10.2 Constelação da solução milagre
10.3 Constelação dos nove quadrados
10.4 Constelação do dilema e do Tetralema
10.5 Constelação das Quatro Casas de Mudança (C. Janssen)
11. A Advocacia e as Práticas Sistêmicas: especialidade ou outra atividade?
12. Casos práticos
12.1 Dissolução de vínculo conjugal
12.2 Pedido de demissão
12.3 Venda de imóvel em condomínio
12.4 Vínculos Interrompidos
12.5 Relacionamento de Casal
12.6 Consultoria Jurídica sobre empresa e locação
Primeiramente, antes de falar desta obra tão essencial aos profissionais do Direito, quero agradecer a querida Bianca Pizzatto Carvalho, por estar a serviço de nossos sistemas, e por me fazer tão honroso convite para escrever este prefácio. Sinto-me grata por fazer parte de uma obra que alcança não somente os profissionais, mas seus corações.
Atualmente, muitos profissionais, que se viam distanciados daquilo que é a essência do Direito, e já descontentes e desmotivados com a postura ganha-perde, clientes insatisfeitos, judiciário abarrotado, depararam-se com um novo paradigma do Direito – o pensamento Sistêmico e as Constelações Familiares.
Com esta nova abordagem, muitos começaram a voltar para a profissão, agora sentindo-se pertencentes, no seu lugar e encontrando equilíbrio na vida pessoal, profissional e nas relações.
Surge uma nova visão de mundo mais ampliada, com mais respeito pelos clientes e seus sistemas. Uma nova atitude profissional que une a postura e pensamento sistêmicos com o Direito. Clientes e profissionais assumem suas responsabilidades, sem carregar pesos uns dos outros, e cocriam uma boa solução que atenda às necessidades internas e mais profundas do cliente.
O advogado facilita o processo de consciência de projeções, padrões e crenças que podem estar impedindo o fluxo da melhor solução para o cliente.
Neste livro, a amiga e advogada Bianca, numa atitude corajosa, traz de forma leve, simples e prática suas experiências e abordagens utilizadas no dia a dia profissional, facilitando o entendimento sobre as práticas sistêmicas na Advocacia e no Direito.
Nestas páginas, senti-me caminhando pela minha própria história, quando estava em busca de algo maior que me motivasse a continuar nesta empreitada, até me deparar com as práticas sistêmicas.
Aqui poderão refletir sobre o seu papel profissional e de ser humano, além de encontrar ferramentas simples e de real aplicação, testadas durantes anos de trabalho e de estudo.
Neste livro, de forma cuidadosamente amorosa, a querida autora nos conduz ao autoconhecimento, à compreensão dos princípios sistêmicos, ao entendimento de contextos e relações para, depois, aplicar a técnica.
Acredito que vocês, queridos leitores, sairão satisfeitos desta experiência inovadora e encontrarão uma nova forma de pensar, sentir e agir que lhes trará resultados além da profissão, serão para sua vida e em prol da vida.
Um livro para profissionais que estão em busca de um novo sentido. E talvez seu sistema o tenha conduzido até aqui!
Seja bem-vindo! Gratidão.
Fabiana Quezada